A fábrica de armas já era velha conhecida de Nebo, havia realizado toda instalação dos computadores, logicamente não o fez sozinho, alguns Lulus da fábrica o ajudaram nesta tarefa e, devido a isso, estava ali hoje. Antes de entrar, passou a mão nos cabelos e deu uma ajeitada na roupa, se olhando para ver se estava tudo no lugar. Deveria ser perfeito.
Foi direto conversar com o feitor da fábrica, já eram conhecidos. O feitor achava estranho, e sempre se perguntava do porque de Nebo sempre vir passear na fábrica, afinal, não havia nada para ver neste lugar, mas nunca teve coragem de perguntar a ele. Neste dia, porém, Nebo não veio passear, veio tratar de negócios. Não perdeu tempo e, logo após cumprimentar o feitor, foi direto ao assunto.
- Quero comprar um escravo Lulu!
O feitor ficou meio sem ação, e depois de algum tempo processando o que Nebo falou, decidiu responder.
- Creio que você veio ao lugar errado, os escravos devem ser comprados do governo. Aqui só fabricamos armas. Se quiser comprar alguma até posso lhe ajudar.
Nebo sabia bem disso, poderia conseguir um escravo até de graça se falasse com o Chanceler, mas, na verdade, não era bem um escravo que ele queria, era uma escrava.
Durante o trabalho que realizou na fábrica, conheceu uma bela Lulu, chamada Lizi, que o ajudou na instalação dos computadores, a principio ficaram amigos, sempre vinha à fábrica conversar com ela, mas agora, estava sentindo algo mais por ela. Estava apaixonado.
Pelas leis de Nippur, este amor não pode acontecer. Em hipótese nenhuma um Anunnaki poderia ter um relacionamento com uma Lulu, os próprios estupros são ilegais, mas, o Chanceler faz vista grossa e eles ocorrem normalmente. Um relacionamento amoroso é impensável, certamente seriam separados e ela, castigada. Por isso Nebo bolou um plano, iria comprá-la.
- Eu sei que aqui não é o lugar para comprar escravos, vocês fazem armas. – Falou Nebo ao feitor – Mas, um de seus escravos me seria muito útil, pois ele tem bom conhecimento sobre informática, conhecimento este, que não encontrarei nos Lulus do governo.
Nebo não podia falar que pretendia manter um relacionamento amoroso com uma Lulu, por isso inventou que, devido à “experiência” que ela teve ao ajudá-lo a instalar os computadores da fábrica, ela seria muito útil aos seus propósitos. A princípio, o feitor se recusou, afinal ela era uma boa escrava, e depois não tinha nenhum interesse em vender ninguém. Porém, mudou de idéia quando Nebo lhe ofereceu uma grande quantia em dinheiro, que o feitor receberia sem que ninguém soubesse. Nebo havia economizado para quando retornasse à Nibiru, mas agora havia outra prioridade em sua vida.
Após o acerto com o feitor Nebo a levou para sua casa, infelizmente a quantia que possuía não foi suficiente para compras os pais de Lizi, que continuariam escravos na fábrica de armas.
– Você pode visitá-los sempre que quiser! – Falou Nebo para Lizi, que não sabia das suas reais intenções.
Em casa mostrou a ela, entusiasmado, todos os cômodos, e onde ficaria o seu quarto. Logo que ela se instalou, saíram para comprar roupas novas já que ela possuía somente os uniformes da fábrica de armas.
Novamente em casa Nebo preparou uma saborosa refeição para os dois e foram para cama, cada um para sua.
A violência dos Anunnakis contra fêmeas Lulus é famosa, Lizi ficou esperando que Nebo viesse deitar com ela, afinal, desconfiava do porque de Nebo ter lhe comprado. Para sexo.
A espera foi longa, Nebo não veio e Lizi acabou adormecendo. Acordou com um delicioso cheiro de comida no ar, ao levantar deu de cara com Nebo preparando o café da manhã.
- Porque se levantou? – Perguntou Nebo – Eu estava preparando o seu café da manhã, e o levaria em sua cama.
Lizi estranhou a atitude, nunca ouvira falar desta gentileza, principalmente, partindo de um Anunnaki.
- Quer que eu volte para cama? – Perguntou receosa a Nebo.
- Não. Era uma surpresa, agora não tem mais graça!
- Desculpe, eu não sabia...
- Não tem que se desculpar. Você está linda!
Ela deu um sorriso sem graça, passando suas mãos nos cabelos desgrenhados de quem acaba de levantar.
Depois do café Nebo sai para trabalhar. Ainda não leva Lizi junto, acha melhor avisar o Chanceler que agora possui uma Lulu para ajudá-lo. Como é o único a trabalhar com computadores em Nippur, responde diretamente ao Chanceler e isso lhe dá algumas vantagens, já que, é subordinado diretamente ao Anunnaki mais poderoso de Nippur.
Ao voltar do serviço se surpreende ao encontrar sua casa como nunca vira antes. Quase não a reconheceu, pois, estava limpa. Lizi havia arrumado tudo e preparado um delicioso jantar para os dois. Ele contou que o Chanceler não só aprovou como achou uma ótima idéia ele ter uma ajudante, afinal, todos sabiam que ele trabalhava muito.
Novamente após o jantar foram cada um para sua cama e Lizi esperou por Nebo que, novamente não apareceu. No outro dia os dois foram juntos para o trabalho, após um belo café da manhã. Nebo se mostrava muito carinhoso com Lizi, tratando-a gentilmente, como nunca fora tratada antes, pelo menos não por um Anunnaki. Varias outras noites passaram e nada de Nebo procurar Lizi, nem de se declarar para ela.
Após muitas noites, separados, Nebo está novamente deitado sozinho em sua cama, quando sente alguém deitar ao seu lado, vira-se para ver quem é, e, para sua surpresa, vê Lizi. No momento em que ele foi falar, ela faz sinal para fique quieto e o beija. Foi uma noite mágica, a primeira vez dos dois. Quase não se falaram, não precisava, pareciam saber exatamente o que o outro pensava.
Eram, neste momento, uma simbiose perfeita.
Ao amanhecer, depois de vários dias juntos, finalmente Nebo conseguiu servir a ela o café da manhã, na cama. Cama esta, que agora estão dividindo.
O assessor entra no gabinete.
Atrás de sua enorme mesa, sentado em uma confortável poltrona, está o Chanceler.
O assessor acaba de voltar de Nibiru. As viagens entre os dois planetas, sempre ocorrem quando há aproximação de suas órbitas, a cada 3600 anos de Nippur. Isso é essencial para economia de energia no transporte. Mas a viagem do assessor foi uma exceção, precisava se certificar de que nenhuma informação indevida fosse ventilada.
- Como foi à conversa? – Pergunta o Chanceler.
- Perfeito, ela não dirá nada! – Responde o assessor.
- Já imaginava. Ela sabe que irá prejudicar a si própria se contar. E sobre seu pai?
- Ela continua achando que foi um acidente!
- Ótimo. Isto foi necessário, certamente ele a convenceria a desistir. Tudo está saindo de acordo com o que previ. – Tomou um longo e saboroso gole de seu drink. – Agora posso prosseguir com os planos. Nada, nem ninguém, poderá me impedir!