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CAPÍTULO 65

Uma barreira policial na estrada.
Isso era tudo que eu não esperava. Uma barreira policial naquela estrada deserta, não fazia o menor sentido. Não é próxima a fronteira, nem tem nada que possa interessar a justiça. Somente mata. Mas, era mais que uma simples barreira. Pude reparar a presença de uma caminhonete preta, que já havia visto antes, conheci, inclusive, seu espaçoso porta-malas e, atrás desta, alguns rostos conhecidos.
Eram meus perseguidores.
Não pensei duas vezes e, virei, praticamente sem frear, a moto em direção a uma lavoura. Parecia ser plantação de soja ou algo assim. Acelerei o máximo que consegui. Imediatamente, meus perseguidores entraram em sua caminhonete preta e me seguiram pela lavoura. Surgiram também, não sei de onde, duas motos. Apenas os policiais não entraram na perseguição, devem estar querendo poupar a plantação.
A caminhonete é muito potente e rapidamente se aproximava de minha moto, que, apesar de estar acelerando o que posso, não desenvolve o suficiente, graças à fofa terra da plantação. Pelo retrovisor via o pára-choque da caminhonete crescer, cada vez mais perto. As motos estavam com a mesma dificuldade que eu, e se distanciaram um pouco.
A minha frente há uma mata, minha esperança é alcançá-la. Assim posso despistar a caminhonete. A mata não está longe, mas, naquele momento, parecia inalcançável. A cada olhada no retrovisor, mais perto a caminhonete preta estava. Agora já posso sentir o calor de seu motor, ela está a ponto de bater no pára-lama traseiro de minha moto. Pelo retrovisor, vejo que já não há mais espaço entre os dois veículos.
Estavam prestes a bater em mim com a caminhonete, quando, finalmente, consegui entrar na mata. Havia uma picada, talvez usada pelos trabalhadores, e eu segui com a moto por ela. A caminhonete parou, não conseguia entrar, mas, as duas motos conseguiam e, entraram logo atrás de mim.
Agora, era com as motos que precisava me preocupar.

***

Havia um sorriso sádico nos rostos dos dois ajudantes de Kalkal, nitidamente, estavam se divertindo com a situação.
- Com qual devemos começar? – Perguntou um deles.
- Vamos começar pelo mais fraco, quem sabe o mais forte reaja, e nos dê mais diversão. – Respondeu o segundo.
- Começaremos com ela, então!
- Não. – Contestou o outro - O mais fraco de todos... é o bebê! – Os dois riram, prazerosamente, com a idéia.
- Ótima idéia. Vamos removê-lo da barriga. Mas com cuidado, sem matar a mãe.
Lizi e Nebo gritavam em desespero, implorando em vão, por piedade. Não havia clemência na dupla, que preparou uma faca bem afiada, e foram em direção à Lizi, que estava nua.
Um dos carrascos foi aproximando a faca da enorme barriga de Lizi, que se debatia, tentando a todo custo, salvar-se.
- Não consigo! – Falou o Anunnaki – Ela não para quieta!
- Deixe comigo!
O outro foi por traz de Lizi e a segurou, deixando-a imóvel para a cirurgia sem anestesia a qual seria submetida. Nebo gritava e se debatia, era só o que podia fazer.
– Vai agora! – Ordenou o que estava segurando Lizi.
E ele foi. Aproximou com prazer a faca, e preparou-se para realizar o corte.
Logo, um jato de sangue lava o corpo de Lizi, manchando até o Anunnaki que a segurava. Estranhamente ela não sente dor.
O Anunnaki com a faca fica estático diante dela. Observando com cuidado, ela nota que a cabeça dele, começa a tombar para o lado, se desprendendo do resto do corpo, tornando visível um grande corte em sua garganta. Um jato de sangue esguicha de sua jugular. Finalmente, o corpo do Anunnaki tomba morto, no chão.
Lizi grita, o Anunnaki que a segurava, também grita e a larga. Puxa de sua arma e, assustado, saiu, olhando para todos os lados.
– Quem está ai? – Grita o assustado Anunnaki, mas, não obtém resposta.
Um pedaço de um dos móveis do antigo prédio o atinge. Ele começa a atirar, para todos os lados
– Pare com esta brincadeira! – Realmente o Anunnaki está com muito medo.
- Matar covardes é bem mais divertido, não é? – Fala uma voz, mas não havia ninguém.
Mais um pedaço de móvel, é arremessado. Desta vez arranca a arma da mão do Anunnaki, que começa a implorar por socorro.
Algo atinge suas pernas e, ele vai ao chão. Imediatamente, sai, arrastando-se com suas mãos em direção à porta, gritando em pânico. Um chute em suas costelas o faz cair de costas no chão, foi quando vê um grande pedaço de ferro, pontudo, vindo em sua direção, e entrando com força em seu peito. O Anunnaki geme de dor.
Agora pode ver, segurando a outra extremidade do pedaço de ferro, um hibrido, que, com ódio no olhar fala:
- Olhe para mim covarde, pois será a última coisa que verá! – E, enfia o máximo que pode o ferro no peito do Anunnaki que solta um último gemido e, tomba morto.
Gilgamesh vai em direção à Lizi e começa a desamarrá-la, enquanto pergunta.
- Você está bem?
Mas ela não responde. Gilgamesh já sabe o porquê. Lizi esta com a mesma expressão de Agnish. Quando Lizi estava solta, Gilgamesh correu e soltou Nebo, que suplicante agradeceu, chorando incontrolavelmente.

***

- Aqui está, Senhor! – Fala Kalkal orgulhoso, ao entregar o cristal com a gravação ao Chanceler – E os dois estão mortos!
- Sabia que não me decepcionaria. – Respondeu o Chanceler.
- Desculpe a modéstia, Senhor, mas na verdade, foi bastante fácil. O informático deixou muitas pistas de sua localização.
- Matou todos que sabiam?
- Somente os dois sabiam!
- Você tem certeza disso?
- Pode ficar tranqüilo – falou Kalkal orgulhoso -, se mais alguém soubesse, eles me contariam. Pode ter certeza!

***

Já recompostos do susto, os três conversam do lado de fora do prédio, onde jazem os dois Anunnakis mortos. Lizi ainda está abalada pelas mortes.
- O que está fazendo por aqui, Gilgamesh? – Pergunta Nebo, abraçando a inconsolável Lizi.
- Ainda atrás de minha busca. – Respondeu – Você está bem Lizi?
- Sim! – Respondeu com expressão de vazio em seu olhar.
- Eu entendo! – Falou Gilgamesh lembrando-se de Agnish, e sua reação quanto à morte do Anunnaki que tentou violentá-la.
- Mas atrás de sua busca aqui? Nesta base abandonada?
- Encontrei um grupo de Lulus, que me falaram do EDEN, um lugar maravilhoso, onde os Lulus ficaram quando foram criados. Mostraram-me a direção para chegar e, acabei vindo parar aqui. Quando ouvi gritos, e resolvi ver o que era!
- Que sorte a nossa, muito obrigado, de novo. – Insistiu Nebo, abraçando Gilgamesh tão forte que o fez gemer.
- Não precisa agradecer, sempre é bom acabar com estes Anunnakis covardes. – Nesta hora, ele lembrou que Nebo também é um Anunnaki, e tentou remediar – Quer dizer... nem todos o são... bem...
- Não se preocupe, eu entendi. – Depois do que Gilgamesh fez por eles, Nebo não se ofenderia nem se Gilgamesh falasse mal de sua própria mãe.
- Agora que vocês estão bem, vou continuar minha procura.
- Não precisa mais! – Falou Nebo.
- Porque não? – Perguntou Gilgamesh.
- Você não está procurando o EDEN? O jardim do EDEN?
- Sim! – Respondeu Gilgamesh – Os Lulus com quem falei, disseram que ficava nesta direção.
- Então, pode encerrar sua procura, meu amigo. – Nebo fez uma parada teatral, e virando-se para o barracão onde os estão os dois Anunnakis mortos, falou - Gilgamesh, eu lhe apresento... o jardim do EDEN!